Você sabe a forma correta de descartar cada tipo de resíduo hospitalar? Nos estabelecimentos de saúde, entre os constantes atendimentos, os profissionais e pacientes estão expostos a diversos tipos de riscos. Uma agulha utilizada para coletar sangue, por exemplo, caso seja descartada de maneira incorreta, pode causar tanto uma contaminação biológica quanto ferimentos a quem tiver contato com esse tipo de material.
Pensando em orientar quanto aos procedimentos de segurança, neste artigo, vamos explicar como são classificados cada tipo de resíduo hospitalar e quais são as formas corretas de descarte para cada um deles. Acompanhe a leitura para saber mais!
Classificação dos resíduos hospitalares
Existem diversos tipos de materiais descartados nos ambientes hospitalares, e eles são divididos entre cinco grupos distintos.
Pelo fato de os hospitais serem ambientes com alto potencial infeccioso, cada categoria deve adotar um procedimento diferente de descarte, a fim de oferecer a máxima segurança a todos os envolvidos nesses tipos de atividades. Confira, a seguir, a classificação dos resíduos hospitalares e suas respectivas formas adequadas de descarte.
Grupo A – Resíduos infectantes
Aqui são classificados todos os resíduos que contenham agentes biológicos e apresentem potencial de contaminação, como vacinas ou ampolas que já passaram do prazo de validade e materiais que contenham sangue. Entre o Grupo A, existe mais uma subdivisão em cinco categorias, conforme os tipos de resíduos descartados.
Também se enquadram nessa categoria os tecidos ou órgãos humanos e animais, fluidos orgânicos e corporais e animais contaminados, além de secreções e matéria orgânica humana, em geral. A forma correta de descartar esse tipo de material, que deve ser recolhido em sacos brancos com o símbolo de risco infectante, é via incineração.
Grupo B – Resíduos químicos
Entre os resíduos químicos classificados no Grupo B estão todos aqueles que contenham substâncias químicas com potencial de causar riscos à saúde ou ao meio ambiente, apresentando também características corrosivas, inflamáveis, reativas ou tóxicas.
Aqui podem ser incluídos medicamentos utilizados no tratamento de câncer, reagentes de laboratório, resíduos de limpeza e desinfetantes e outras substâncias. O descarte adequado dos produtos pertencentes a esse grupo deve ser feito a partir da devolução diretamente ao fabricante, por meio de suas embalagens originais, separados por espécies químicas e armazenados dentro de um recipiente resistente.
Grupo C – Resíduos radioativos
Os resíduos radioativos hospitalares são todos aqueles que não podem ser reutilizados e são classificados como tendo uma carga radioativa acima do normal. Geralmente se enquadram nessa categoria os exames de medicina nuclear ou aparelhos de Raio-X e radioterapia, por exemplo.
Por serem materiais com alto potencial contaminante e nocivo, seu descarte deve ser realizado com o máximo de cuidado, preferencialmente acondicionados em recipientes blindados para maior proteção. Além disso, tais tipos de materiais devem ser descartados em locais específicos, como depósitos de lixo radioativo, conforme determinação da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Grupo D – Resíduos comuns
Nessa categoria enquadram-se todos os tipos de resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radioativo, por exemplo, gessos que foram utilizados para imobilizar fraturas corporais, luvas descartáveis utilizadas em procedimentos de rotina e que não tenham sido sujas com sangue ou secreções corporais e gazes utilizadas em procedimentos de rotina, além de materiais recicláveis e papéis ou receitas médicas.
Por não apresentarem nenhum tipo de risco contaminante, o descarte desses materiais pode ser efetuado de maneira mais simples, sendo destinado à coleta seletiva em lixeiras compatíveis com esse fim, para que todos os materiais sejam encaminhados para reciclagem, reutilização ou para algum aterro sanitário.
Grupo E – Objetos perfurocortantes
Nessa categoria de resíduos hospitalares se enquadram os escalpes, que são os dispositivos utilizados em infusões intravenosas de curta duração, como no momento da coleta de sangue, as agulhas, que podem ser utilizadas tanto para a administração de medicamentos quanto para a aspiração de fluidos para análises clínicas e laboratoriais, e as lancetas, instrumentos utilizados para coleta de sangue e ampolas.
Todo o material hospitalar que se encaixa no Grupo E deve receber uma atenção especial no momento do descarte. Isso porque, além de conterem o potencial contaminante, eles também apresentam o risco físico de ferir os responsáveis pelo manuseio de todo o material descartado. A forma correta de dispensar esse tipo de resíduo é dentro de embalagens resistentes que indiquem o símbolo de material infectante. A própria empresa os recolhe e os leva para incineração.
A importância do descarte correto de resíduos
Qualquer descuido no descarte correto dos resíduos hospitalares pode levar ao risco de gerar contaminações severas. Pensando nisso, em 2006, foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde o Programa de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS). Esse documento técnico norteia todas as ações que devem ser tomadas a fim de lidar com os resíduos provenientes dos cuidados com a saúde humana e animal, com o máximo de segurança possível.
Além de buscar reduzir a produção do lixo hospitalar, o documento, que é obrigatório para todas as instituições que prestam serviços à saúde, tem como objetivo também zelar pela saúde e segurança dos trabalhadores, da comunidade e do meio ambiente, proporcionando um processo mais seguro do descarte desses tipos de materiais, que podem ser destinados à esterilização, incineração, separação e isolamento, conforme o tipo de risco apresentado em cada categoria.
As consequências do descarte incorreto
Todos os estabelecimentos que produzem lixo hospitalar que descumprirem as resoluções determinadas pela Anvisa e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estão sujeitos a serem penalizados com multas, conforme a Lei n° 6.437/77, que determina as infrações relacionadas ao descumprimento da legislação sanitária federal.
O descarte incorreto de agentes biológicos pode causar contaminações ao solo e à água, afetando toda a vegetação e o ecossistema local. Além disso, os resíduos hospitalares descartados inadequadamente podem causar doenças, daí a extrema importância de que esse tipo de material seja manuseado seguindo todos os protocolos de segurança, inclusive o uso devido dos equipamentos de proteção individual.
Como você viu, o descarte adequado do resíduo hospitalar é de extrema importância para a saúde do meio ambiente, a proteção de todos os profissionais envolvidos no ambiente hospitalar e a segurança dos pacientes.
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