Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são sempre considerados contaminados. Então, independentemente do contato com fluidos biológicos, o descarte de EPI contaminado precisa ser feito de acordo com regras especiais.
Para isso, é importante classificá-los de acordo com o perigo que oferecem para as pessoas envolvidas na cadeia de gestão de resíduos. Assim, evita-se o descumprimento da regulamentação. Outras dicas também são fundamentais para o sucesso dessa operação.
Quer conhecê-las? Acompanhe nosso post!
Como descartar EPI contaminado
Confira algumas dicas simples e efetivas para o descarte de EPIs.
1.Divida em classes
Os EPIs contaminados por materiais biológicos, químicos ou radioativos podem ser agrupados em duas classes:
- Classe I — são aqueles potencialmente perigosos, pois trazem riscos elevados de contaminação para as pessoas que manuseiam o descarte desde o armazenamento até a destinação final. Para a mitigação de risco, sempre que um local tiver agentes químicos, físicos, biológicos ou radioativos perigosos, é necessário ter dois locais para descarte de EPI pelo colaborador: um para lixos comuns e outro para materiais que entraram em contato com fluidos corporais potencialmente contaminados. Os EPIs, portanto, devem ser descartados no segundo tipo;
- Classe II — são considerados não perigosos. Por exemplo, de forma geral, abrange os descartes produzidos nas áreas comuns dos hospitais em que não há assistência direta ao paciente.
Os resíduos classe I são manipulados sempre de maneira separada dos descartes de classe II, a fim de evitar a contaminação. Eles serão armazenados em cômodo próprio, devendo ser protegidos contra a circulação de pessoas não autorizadas e animais. O recolhimento dos EPIs é feito por um serviço especializado, cuja disponibilidade varia de município para município.
Para evitar a sobrecarga das operações de descarte especial, é preciso classificar adequadamente o rejeito de acordo com seu uso efetivo. Por exemplo, uma luva cirúrgica que foi descartada antes de ser utilizada no manuseio do material contaminado geralmente pode ser descartada no lixo comum. Uma luva emborrachada para limpeza de áreas contaminadas deve ser considerada classe I. Então, a classe não é determinada pelo EPI em si, mas pelo uso real.
2.Saiba a hora certa de descartar
O descarte deve obedecer a fluxos operacionais padronizados, que precisam ser monitorados continuamente para a máxima eficiência. O primeiro passo é, portanto, elaborar um guia sobre a validade e eficácia dos EPIs de acordo com práticas de segurança do trabalho. Isso deve levar em consideração:
- a validade dos produtos;
- número de reusos estabelecido pelo fabricante;
- comprometimento da proteção devido a furos, rasgos e outros danos físicos;
- tempo de uso contínuo.
Por exemplo, há máscaras N95 que podem ser reutilizadas, tendo em vista as instruções do fabricante. Além de elaborar manuais de uso de EPIs, é fundamental educar os funcionários a seguir as recomendações. Assim, o equipamento é descartado apenas ao final do ciclo de vida em vez de precocemente.
Por fim, produtos fora da validade, por sua vez, devem ser descartados mesmo que não tenham sido utilizados. Então, é fundamental fazer um controle de estoque periódico para a prevenção de perdas e redução de riscos.
3.Mantenha-se protegido no manuseio
Quem manuseia os descartes perigosos precisa se proteger com EPIs bastante resistentes. Afinal, essas pessoas estão expostas a locais e recipientes nos quais se concentram materiais de riscos químicos, físicos, biológico ou radioativos. Então, as chances de contaminação são muito maiores.
Veja alguns riscos da manipulação de descartes contaminados perigosos e a forma de se proteger contra eles:
- contaminação ocular — uso de óculos de proteção com boa vedação ou faceshield;
- transmissão infecciosa por gotículas — são partículas maiores de secreções respiratórias. Demandam o uso de máscaras cirúrgicas comuns;
- transmissão infecciosa por aerossóis — a manipulação deve ser feita com o uso de máscaras N95.
No entanto, é muito comum a sobreposição de exposição a riscos biológicos com riscos físicos e químicos. Isso pode exigir que os profissionais responsáveis pela gestão de resíduos utilizem máscaras com filtros a partículas ainda menores do que os aerossóis.
Quem manuseia materiais tipo 1 também precisa de uma proteção das mãos por materiais resistentes, como luvas de borracha mais espessas. Afinal, há maior exposição ao atrito e ao estresse mecânico. Já o calçado deve proteger os pés contra a queda de materiais potencialmente perigosos e o impacto de objetos pesados. Em alguns casos específicos, outros equipamentos podem ser necessários, como:
- protetores auriculares (contra riscos auditivos);
- cintos de segurança (trabalho em altura);
- macacões descartáveis (exposição a microrganismos altamente patogênicos ou a vapores de produtos químicos irritantes para a pele).
4.Conheça os locais de coleta
Todo o EPI usado é considerado um material contaminado. Portanto, a definição do local de descarte depende daquela classificação que explicamos anteriormente. Os de classe II não são considerados perigosos, então há geralmente uma maior diversidade de locais de coleta. A classe I, porém, conta com poucos pontos. Em alguns municípios menores, pode não haver nenhum. Então, é necessário descartá-los em outra cidade.
Deve haver um cuidado especial com o transporte, que deve ser feito em recipientes e baús com excelente vedação. Caso contrário, pode haver contaminação no trajeto. Geralmente, os estabelecimentos contratam empresas especializadas em gestão de rejeitos especiais.
O descarte de EPIs e a importância das parcerias com órgãos de gestão de resíduos
Todo município precisa ter um plano de gestão de resíduos sólidos, o qual inclui uma política para descartes contaminados, como os EPIs usados. A sua execução, porém, pode ser feita por serviços públicos ou privados, — cada prefeitura tem a autonomia de escolha.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece a corresponsabilização de todos os envolvidos no descarte adequado do lixo. Portanto, em geral, há diversos programas de parcerias disponíveis.
Os rejeitos de classe I devem ser manipulados apenas por profissionais da cadeia de descarte. É possível estabelecer parcerias que envolvem inclusive a terceirização do manejo do rejeito conta. Assim, a empresa contratada pode ficar responsável por todas as atividades. Em outros, a parceria pode abranger apenas a coleta, o transporte intermediário e a destinação final.
Portanto, o descarte de EPI precisa seguir algumas regras muito específicas, pois são considerados materiais contaminados. Após a classificação de risco, eles precisam ser descartados de acordo com o perigo que oferecem à saúde das pessoas (classe I ou II). Para não errar, siga as dicas que falamos acima!
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