A manutenção de equipamentos hospitalares é um assunto que preocupa gestores e gestoras de saúde, afinal, está diretamente relacionado com a segurança e a eficiência de processos e atividades dentro dos hospitais. Como você lida com essa pauta em seu dia a dia? Em sua instituição, os aparelhos operam bem e garantem os resultados esperados?
Neste artigo, falamos sobre o processo de manutenção dos equipamentos nas instituições de saúde, como funciona, quando deve ser realizada, quais as boas práticas, os cuidados e as consequências da falta de manutenção. Acompanhe.
Como funciona a manutenção de equipamentos hospitalares?
A manutenção de equipamentos hospitalares ocorre de duas formas, preventivamente e corretivamente. Ambas fazem parte de um plano de gerenciamento da unidade de saúde e estão previstas em legislações de órgãos regulamentadores, como a RDC nº 2/2010 do Ministério da Saúde/Anvisa.
Cabe a um profissional tecnicamente capacitado e qualificado realizar o trabalho de manutenção, seja ele colaborador da instituição de saúde ou um prestador de serviços terceirizado, visando à cuidadosa inspeção do equipamento hospitalar para averiguar sua operação e possível necessidade de correção de falhas.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é aquela feita de maneira periódica, a fim de evitar falhas e riscos aos usuários, além de gastos com manutenção corretiva e necessidade de substituição do aparelho. Um plano de ação é necessário para a execução eficaz desse tipo de manutenção dentro da unidade hospitalar.
É preciso realizar a manutenção preventiva em equipamentos hospitalares que necessitam de calibração contínua, funcionam com bateria cuja manutenção ou troca deve ser feita regularmente, têm filtros que exigem troca ou limpeza e partes móveis que precisam ser lubrificadas ou reguladas.
Ainda, é preciso realizá-la naqueles equipamentos que, quando operados, podem provocar danos aos usuários ou cuja paralisação prejudica o atendimento aos pacientes.
Manutenção corretiva
Quando os equipamentos hospitalares apresentam danos que colocam em risco a segurança operacional dos colaboradores e dos pacientes e comprometem parcial ou completamente seu funcionamento, é fundamental realizar a manutenção corretiva. O objetivo é corrigir tais falhas para que os aparelhos voltem a funcionar normalmente, beneficiando quem deles se utiliza para a realização de exames ou tratamentos.
Tanto a manutenção corretiva quanto a preventiva são de suma importância para que os aparelhos operem regularmente e tenham longa vida útil. Porém, é preciso avaliar a frequência com que as falhas ocorrem e os custos envolvidos com os serviços de manutenção, tanto os que dizem respeito à mão de obra quanto os relacionados ao tempo necessário para a realização do conserto, impedindo a operação do equipamento.
A depender do estado do equipamento, a aquisição de um novo, em vez da manutenção, deve ser considerada.
De quanto em quanto tempo deve ser feita a manutenção?
A periodicidade dos serviços de manutenção de equipamentos hospitalares deve ser avaliada pela equipe especializada responsável por inspecionar tais aparelhos. É importante observar as instruções do fabricante, mas, ao mesmo tempo, levar em conta que o rastreio depende de fatores como frequência de uso e condições do equipamento e da operação.
O ideal é manter um controle rígido para garantir o bom funcionamento dos aparelhos, além da segurança de colaboradores e pacientes, realizando a manutenção preventiva, em vez da corretiva — mais custosa e menos vantajosa. Alguns sinais de alerta devem ser ligados, tais como:
- equipamento precisando de limpeza;
- pequenos desajustes em peças;
- falta de lubrificação;
- aparelho ligeiramente descalibrado, entre outras adequações para que ele opere de forma segura e dentro da normalidade.
Quais são as práticas essenciais para uma manutenção de equipamentos eficiente?
Há algumas etapas e recomendações fundamentais para que a manutenção de equipamentos hospitalares seja realizada de maneira segura, eficiente e benéfica aos hospitais e pacientes. Veja a seguir.
Mapeie os equipamentos
Para uma gestão eficiente, o primeiro passo é mapear os equipamentos existentes e registrá-los em um sistema, com detalhes sobre seu funcionamento, marca, frequência de uso e estado de conservação, entre outros.
Eleja as prioridades
Agora, é preciso avaliar quais são as prioridades do hospital para entender os aparelhos que necessitam de manutenção com urgência e aqueles que podem aguardar pelo serviço, a depender de critérios como demanda hospitalar e estado do equipamento.
Crie um plano de ação
Um plano de ação envolve um cronograma de execução com base nas necessidades levantadas (limpeza dos aparelhos, substituição de peças etc.), bem como a escolha da equipe responsável pelos serviços de manutenção. É preciso um planejamento flexível, levando em conta imprevistos que podem ocorrer, como trocas inesperadas durante inspeções.
Execute a manutenção
Conforme cronograma e plano de ação, realize a manutenção preventiva ou corretiva dos equipamentos hospitalares, por meio de equipe especializada, visando à segurança e ao correto funcionamento dos aparelhos, bem como a eficiência das atividades em sua instituição de saúde.
Realize testes
Problemas de calibragem ou falta de lubrificação, por exemplo, podem ser detectados por meio de testes simples, os quais possibilitam averiguar a normalidade dos aparelhos em operação. Por esse motivo, após a manutenção, é importante realizar a checagem dos equipamentos hospitalares, a fim de regularizar o seu desempenho.
Faça um controle eficiente dos equipamentos
A gestão dos equipamentos é algo que precisa ser feito de forma contínua, pois o tempo e o uso dos aparelhos levam à necessidade de manutenções periódicas devido ao desgaste e às falhas a que estão sujeitos. Daí a importância de um controle rígido, o qual pode ser realizado com o apoio de um sistema de gestão eficiente.
Treine os colaboradores
Tanto os técnicos de manutenção quanto os colaboradores da saúde precisam ser treinados para identificar possíveis anormalidades nos equipamentos que comprometam sua segurança e seu bom funcionamento. A conscientização sobre cuidados e uso correto dos aparelhos é também fundamental para que eles durem por um longo período.
Quais são as consequências da falta de manutenção adequada?
Deixar de realizar a manutenção adequada de equipamentos hospitalares causa prejuízos à instituição de saúde e, também, aos pacientes. Entre as principais consequências da falta de manutenção regular, podemos citar:
- o mau uso dos aparelhos;
- a falta de manutenção preventiva, levando à necessidade da manutenção corretiva, mais custosa;
- a depreciação e a perda dos aparelhos;
- o risco aos colaboradores e pacientes, além do comprometimento de diagnósticos e tratamentos;
- o aumento de custos, tanto com manutenção quanto com novas aquisições;
- a falta de motivação dos colaboradores devido ao descuido com os equipamentos por parte do hospital.
Para evitar tais prejuízos, é importante, além da manutenção dos equipamentos hospitalares de forma regular, seguir as recomendações básicas do fabricante referentes à calibração, ao manuseio e à higienização, pois esses cuidados possibilitam observar o desempenho e a necessidade de ajustes, evitando danos e contribuindo para a segurança e o bom funcionamento dos aparelhos.
Você, enquanto gestor ou gestora hospitalar, atenta para a boa gestão dos equipamentos em sua instituição? Quais práticas adota ou acha importante adotar? Fique à vontade para comentar e colaborar com a adoção de medidas de manutenção importantes dentro dos hospitais.