Quem atua na área da saúde sabe que qualquer tarefa envolvendo risco requer o uso de luvas de procedimento e luvas cirúrgicas. Mas você está a par das diferenças entre os dois tipos de produtos? Conhece exatamente qual o modelo mais adequado para cada atividade ou o mais indicado para clínicas e hospitais?
Esses detalhes podem fazer toda a diferença. Afinal de contas, o ambiente clínico e hospitalar está sujeito ao aparecimento de vírus e bactérias que representam um perigo para a saúde. Logo, é preciso optar pelo item apropriado a fim de evitar as temidas infecções. Responda com sinceridade: você tem tomado as devidas precauções?
Neste artigo, explicamos o que são luvas de procedimento e luvas cirúrgicas, por que o uso delas é importante, quais riscos elas ajudam a evitar e os materiais utilizados em sua fabricação. Veja!
O que são luvas de procedimento e luvas cirúrgicas?
Entenda, abaixo, o que são luvas de procedimento e luvas cirúrgicas e em quais situações cada uma delas precisa ser utilizada!
Luvas de procedimento
São as luvas utilizadas em procedimentos simples e não invasivos para evitar o contato direto com fluidos corporais, secreções e sangue, por exemplo, ou proteger durante a manipulação de materiais infectados. Elas não são esterilizadas e seu uso é indispensável em ambientes como consultórios odontológicos e dermatológicos.
Luvas cirúrgicas
São luvas empregadas em qualquer procedimento cirúrgico e na manipulação de material estéril. Elas são esterilizadas, têm formato anatômico e punhos para assegurar o ajuste ao braço do profissional de saúde. Mas vale lembrar que é preciso fazer a correta higienização das mãos antes de utilizá-las para evitar riscos de infecções durante a cirurgia.
Ambos os modelos de luvas utilizadas em clínicas e hospitais devem ser descartáveis, ou seja, de uso único. Essa é a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenir a contaminação tanto do ambiente como do paciente e do próprio colaborador que as utiliza.
Por que o uso de luvas é obrigatório na área da saúde?
As luvas são equipamentos de proteção individual (EPIs) mencionados em normas regulamentadoras, como a NR 6. Elas, portanto, protegem os colaboradores dos perigos decorrentes das atividades que executam. A depender do procedimento realizado, outros itens precisam ser utilizados, como máscaras, óculos e aventais.
No ambiente clínico e hospitalar, bilhões de luvas são utilizadas todos os anos. Tais materiais são indispensáveis nesses estabelecimentos porque neles os riscos de contaminação são grandes, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Bactérias, vírus e outros microrganismos podem facilmente afetar os pacientes e os colaboradores desprotegidos.
Aliás, o combate às infecções hospitalares é um desafio para muitos estabelecimentos de saúde. Além do uso de EPIs, outras práticas de segurança devem ser adotadas para prevenir a contaminação nesses espaços, como o descarte correto dos materiais após a utilização. Vale destacar que qualquer contágio dentro da clínica e do hospital representa prejuízos e compromete a imagem institucional.
Entretanto, é necessário evitar o uso indiscriminado de luvas hospitalares. Elas só devem ser empregadas em tarefas obrigatórias, ou seja, cirurgias e atividades nas quais se tem o contato com fluidos corporais, secreções e sangue. Quando não há o perigo de contaminação, esses EPIs são dispensáveis. Só é importante não se esquecer da correta higienização das mãos.
Os profissionais estão expostos a quais riscos?
Confira, a seguir, os principais riscos a que os profissionais de saúde estão submetidos!
Riscos físicos
Os riscos físicos estão relacionados a determinadas situações encontradas no ambiente clínico e hospitalar. São exemplos o ruído, o calor, o frio, a umidade, as pressões anormais, os campos elétricos e as radiações ionizantes e não ionizantes. Fazer a manutenção do espaço e utilizar adequadamente os EPIs é fundamental para se proteger dessas condições.
Riscos químicos
Os riscos químicos são os relativos a substâncias ou compostos que podem entrar em contato com o profissional e causar danos ao chegarem no organismo por meio das vias respiratórias e da pele ou devido à ingestão. A lista inclui medicamentos (drogas quimioterápicas, por exemplo), óleos lubrificantes, solventes, óxido de etileno, entre outros agentes.
Riscos biológicos
A proliferação de vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos é certa se os estabelecimentos de saúde não seguirem os devidos cuidados de higiene e os profissionais deixarem de utilizar os equipamentos de proteção necessários. O simples contato das mãos com boca e olhos ou feridas na pele exposta gera contaminação.
Riscos ergonômicos
Os riscos ergonômicos são situações que afetam as características psicofisiológicas do colaborador e, portanto, geram desconforto e prejudicam a saúde. Englobam essa categoria o trabalho repetitivo, o excesso de peso, as jornadas extenuantes, a postura inadequada e, até mesmo, a monotonia. Clínicas e hospitais devem adotar boas práticas para inibi-los.
Quais materiais são utilizados na fabricação das luvas?
As luvas de procedimento e luvas cirúrgicas são confeccionadas com diferentes tipos de materiais. Entenda melhor quais são as matérias-primas utilizadas na fabricação desses produtos!
Luvas de látex
Feitas de borracha natural, as luvas de látex protegem de forma maximizada contra os fluidos corporais, já que contam com ótima capacidade de vedação. Elas têm elasticidade e são resistentes e confortáveis. Porém, podem provocar alergias, gerando urticárias e até anafilaxia. A qualquer tipo de reação, o profissional deve suspender o uso de imediato.
Luvas nitrílicas
Fabricadas com borracha sintética, as luvas nitrílicas são a alternativa ideal para quem possui alergia ao látex. Elas têm um excelente ajuste nas mãos e não provocam alergias. Elas também podem ser utilizadas para o manuseio de produtos químicos, dependendo da proposta tecnológica de cada modelo.
Luvas de vinil (PVC)
Mais rígidas que as de látex, as luvas de vinil são uma solução econômica para as luvas de látex, na utilização de procedimentos não cirúrgicos de duração rápida. Essas opções também apresentam baixo risco de alergias.
Quais erros não podem ser cometidos ao utilizar as luvas?
É importante conhecer quais erros você não pode cometer ao utilizar as luvas e, assim, evitá-los. Confira os principais!
Não escolher o tipo de luva adequado
Um dos aspectos mais importantes é saber escolher as luvas corretas. Isso porque, é importante respeitar e entender que cada tipo é apropriado para um determinado tipo de atividades.
Sendo assim, usar a luva para uma determinada função que não é a certa pode colocar em risco a segurança e integridade física do profissional. Por esse motivo, é necessário estar atento para utilizar o dispositivo que foi desenvolvido para ser usado no seu ramo de atuação.
Deixar de higienizar as mãos antes de usar a luva
Outro erro é não lavar bem as mãos com água e sabão e deixá-las secar cuidadosamente antes de utilizar a luva. Isso porque, o uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve acontecer, no mínimo, antes e após a utilização delas. Tenha em mente que a higienização das mãos é considerada uma das principais ações na minimização do risco de transmissão de agentes biológicos.
Tocar superfícies e materiais de forma desnecessária
Nunca toque desnecessariamente superfícies e objetos, como portas, maçanetas, telefone, entre outros, quando estiver com as luvas. Nesse caso, é importante retirar o equipamento da seguinte forma:
- retirar as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho com os dedos da outra mão;
- tocar na parte interna do punho da mão com a luva com o dedo indicador da mão oposta (sem luvas) e retire a outra luva.
Utilizar as luvas com folga
Uma outra falha muito cometida no momento de usar o equipamento de proteção individual é não se atentar ao seu tamanho. É fundamental que não haja folga nas luvas, tendo em vista que elas podem se soltar caso o profissional trabalhe manuseando máquinas e, com isso, provocar um acidente.
Além disso, é preciso ter em mente que utilizar luvas muito apertadas também pode ser prejudicial, levando em conta que a pressão causada por equipamentos com tamanho menor podem ocasionar em problemas de circulação a longo prazo.
Não verificar a validade da luva
É importante ressaltar que a luva tem data de validade, sendo assim, é essencial que ela seja respeitada. Caso contrário, o uso dos deles fora do prazo pode provocar multas ou processos para o empregador e colocar em risco a vida do funcionário.
Usar luvas que não tenha o Certificado de Aprovação (CA)
O Certificado de Aprovação se trata de uma garantia de que o equipamento de proteção individual pode ser comercializado. Para conquistar o CA, o dispositivo precisa passar por vários testes de qualidade. Não importa se o EPI é nacional ou importado, a necessidade de que tenha um Certificado de Aprovação é obrigatória em qualquer situação.
Como pode perceber, e importante destacar que luvas de procedimento e luvas cirúrgicas devem ser confortáveis, resistentes e seguras, isto é, de boa procedência. Além disso, a recomendação é adquirir produtos com baixa tendência a alergia.
Isso pode evitar que problemas sérios acarretados pela sensibilidade ao látex atinjam os profissionais da área da saúde. Além disso, não se esqueça de tomar todos os cuidados necessários e evitar erros durante o uso e que possam comprometer a efetividade do EPI.
Entendeu a importância das luvas de procedimento e luvas cirúrgicas? Que tal, agora, deixar seu comentário aqui e compartilhar com a gente a sua opinião a respeito do assunto?