O ambiente clínico e hospitalar precisa de um controle rigoroso para que a proliferação de microrganismos causadores de infecções seja evitada. Uma medida simples — e necessária — que muitos profissionais do ramo negligenciam é a higienização das mãos. Aliás, por que tal procedimento é tão importante?
A falta de higienização resulta na transmissão de doenças, agravando o quadro de pacientes e colocando em risco a vida deles. Ao mesmo tempo, deixar de lavar as mãos de forma e na hora adequadas representa um perigo para o próprio colaborador. Logo, cabe ao gestor hospitalar intervir para que a prática passe a ser uma constante.
Neste artigo, vamos mostrar como e quando realizar a higienização das mãos, qual a importância dessa prática e de que maneira os estabelecimentos de saúde devem atuar para incentivar esse hábito essencial. Confira!
Qual a diferença entre lavar e higienizar as mãos?
Lavar as mãos é o que geralmente fazemos quando estamos em casa ao utilizar água e sabão, sabonete ou detergente para mantê-las limpas. Esse procedimento é o que chamamos de assepsia, ou seja, medidas adotadas para evitar a contaminação do organismo por agentes patogênicos, como vírus e bactérias.
Já em clínicas e hospitais, precisamos fazer a higienização das mãos, que abrange tanto o uso de água e sabão (ou sabonete) como de preparações alcoólicas, prática bastante habitual. A utilização de substâncias que reduzem os microrganismos (gel ou solução, por exemplo) é o que definimos como antissepsia.
Sabemos que a presença de agentes patogênicos em estabelecimentos de saúde tende a ser maior — sem contar que eles adquirem grande resistência nesses espaços. Por isso, o cuidado deve ser redobrado. Logo, em determinados procedimentos, como os cirúrgicos, a antissepsia das mãos deve obrigatoriamente ser realizada.
Afinal, qual a importância da higienização das mãos?
Nossa pele é como um depósito de múltiplos microrganismos. Sem sabermos, as mãos fazem a transferência de agentes potencialmente contaminantes. Isso ocorre tanto por contato direto (de uma pessoa para outra) como indireto (por meio do toque em objetos ou superfícies infectadas).
Inclusive, a transmissão de doenças acontece principalmente por meio das mãos e dos materiais empregados durante a assistência. Sendo assim, higienizá-las é uma medida de prevenção. A higienização não serve para proteger apenas o paciente, mas também os colaboradores e os visitantes. Portanto, todos devem tomar as devidas precauções.
É importante destacar que a higienização das mãos precisa ser feita antes e depois do contato com o paciente, tendo em vista que em clínicas, hospitais e unidades de saúde a presença de vírus e bactérias costuma ser maior. Além disso, vale lembrar que pessoas doentes ou em recuperação são mais vulneráveis às infecções, principalmente porque seus sistemas imunológicos estão fracos.
Soma-se a isso a necessidade de manter o ambiente limpo, o cuidado com os itens utilizados e o cumprimento das boas práticas. Aliás, não devemos nos esquecer dos equipamentos de proteção individual (EPI’s), pois eles são fundamentais para proteger a saúde de colaboradores e pacientes. Em se tratando das mãos, as luvas são os materiais apropriados para a execução de procedimentos.
Como e quando realizar a higienização?
Veja, a seguir, como realizar a higienização das mãos com preparações alcoólicas ou água e sabão!
Preparações alcoólicas
- em uma mão em forma de concha, aplique uma quantia de gel ou solução até cobrir por completo toda a superfície;
- friccione as mãos;
- lembre-se de espalhar a preparação alcoólica entre os dedos e na região das unhas;
- aguarde até que as mãos sequem;
- o procedimento dura em torno de 20 a 30 segundos.
Água e sabão/sabonete
- molhe as mãos;
- aplique o sabonete na palma da mão até que cubra toda a superfície;
- friccione as mãos, ensaboando-as;
- não se esqueça de esfregar os dedos e a área das unhas;
- enxague bem as mãos;
- seque-as com papel absorvente, toalha limpa ou fluxo de ar;
- o procedimento dura em torno de 40 a 60 segundos.
Em geral, dois mililitros dos produtos são suficientes para higienizar as mãos, mas é importante cobrir a superfície por completo. As preparações contêm, em média, 70% de álcool e emolientes, sendo ideais para a ação bactericida. É preciso retirar joias e anéis antes de realizar o procedimento, pois microrganismos costumam acumular-se nesses itens.
Os profissionais de saúde precisam fazer a higienização antes de qualquer contato com o paciente ou da realização de procedimentos, como higiene oral, aplicação de colírios e administração de medicações. O mesmo deve ser feito após o término de cada tarefa, incluindo trocas de roupas no quarto, manipulação de equipamentos e o toque em áreas próximas à pessoa hospitalizada.
Por sua vez, cabe aos visitantes higienizar as mãos ao entrar e sair do quarto. Assim, não há o perigo de contaminar o ambiente com microrganismos de fora nem levá-los de dentro para o exterior, correndo o risco de contrair infecções. Ao participar de cuidados com o paciente, é fundamental fazer a lavagem antes e depois da execução da tarefa.
O que a OMS e a Anvisa determinam?
Desde 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram seis metas internacionais de segurança, incluindo a diminuição das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Nesse contexto, a higienização das mãos é vista como uma estratégia que precisa ser incentivada e promovida nos estabelecimentos.
A partir de 2008, a OMS, em particular, estimula a implantação da seguinte estratégia em clínicas, hospitais e unidades de saúde:
- adaptação das estruturas, para que contenham pias, sabonete, papel toalha e solução alcoólica;
- treinamento e educação contínua dos colaboradores;
- avaliação regular da higienização das mãos com feedback para os profissionais de saúde;
- uso de cartazes que funcionem como lembretes para os colaboradores, além de informativos para pacientes e visitantes;
- criação de um clima de segurança nos estabelecimentos de saúde, em que todos os setores atuem de modo a instigar a higienização das mãos.
E então, você fazia ideia da importância da higienização das mãos para a prevenção de infecções? A instituição em que trabalha dá a devida atenção ao tema? É fundamental adotar medidas efetivas para garantir a total segurança de colaboradores, pacientes e visitantes, de forma a evitar o aparecimento de doenças por falta de assepsia ou antissepsia nesses locais.
Achou o artigo relevante? Então, você não pode deixar de conferir novos conteúdos como este. Assine, já, a nossa newsletter para receber novidades em primeira mão!