É fundamental aplicar métodos efetivos com a finalidade de reduzir eventos adversos nos hospitais. Entre eles, está o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), tendo em vista se tratar dos principais perigos ao paciente, que podem ocorrer durante a sua internação ou depois da alta. Isso acontece devido à gravidade do quadro e período de internação.
Por ser uma causa relevante nos índices de morbidade e mortalidade, representando uma preocupação quando o assunto é saúde pública, elaboramos este conteúdo para explicar os principais pontos sobre o assunto. Acompanhe!
O que é infecção hospitalar e quais suas principais causas?
A infecção hospitalar se trata de qualquer infecção adquirida enquanto o paciente se encontra internado no hospital, podendo se manifestar no decorrer da internação ou após a sua alta, desde que esteja ligada ao tempo que ficou no ambiente hospitalar ou a procedimentos executados dentro da unidade. Não é um fato incomum, principalmente porque há muitas pessoas no local e em tratamento com antibióticos. Entre suas principais causas, estão:
- queda da defesa do sistema imune do paciente, tanto pela doença quanto pelo uso de medicamentos;
- desequilíbrio da flora bacteriana da pele e do organismo, normalmente ocasionado pelo uso de antibióticos;
- execução de procedimentos invasivos, por exemplo, passagens de sondas, cateteres, cirurgias, endoscopias, entre outros que quebram a barreira de proteção da pele.
Na maioria dos casos, os agentes que provocam a infecção hospitalar não geram infecções em outras situações, tendo em vista que aproveitam do ambiente com poucas bactérias inofensivas e a baixa resistência do paciente para se instalar.
O que é o PCIH e como pode ajudar?
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) se trata do conjunto de ações estabelecidas todos os anos e que sofrem avaliações frequentes, com a finalidade de reduzir ao máximo possível a incidência e a gravidade das infecções hospitalares.
É uma atribuição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), que é representada por um grupo constituído por profissionais da saúde que tem a função de estudar as características epidemiológicas do hospital e desenvolver um programa efetivo para minimizar a quantidade de infecções no ambiente hospitalar e a taxa de microrganismos multirresistentes.
Sendo assim, exercem atividades de vigilância epidemiológica e microbiológica, monitoramento da utilização de antimicrobianos, controle de surtos, entre outros.
Como elaborar um PCIH?
A elaboração do PCIH é importante para a precaução e promoção da educação constante dos profissionais de saúde e para fazer recomendações relacionadas à higiene ambiental, controle de agentes infecciosos, gerenciamento de resíduos e demais. A seguir, vamos mostrar as principais medidas a serem adotadas durante a criação de um programa efetivo.
Estabelecimento de regras para pacientes, visitantes e profissionais
Essa prática é importante para reduzir o risco de infecções, como criar normas e treinamentos para higiene, aplicação de medicações, coletas de exames, realização de curativos e restringir o número de visitantes.
Criação de normas e rotinas para a limpeza e desinfecção dos ambientes
Para isso, é preciso definir a frequência, tipo de desinfecção e produtos usados, principalmente em centros cirúrgicos, UTIs e berçários.
Orientação a respeito do uso de produtos químicos para eliminar os agentes
Nesse caso, é preciso realizar recomendações quanto ao uso de antissépticos, germicidas, agentes de limpeza e desinfetantes.
Promoção de medidas de higiene
É preciso dar uma atenção especial às mãos, que estão entre os principais veículos de transmissão de microrganismo, com a lavagem frequente e uso de álcool em gel. As práticas de lavagem das mãos devem ser empregadas tanto para a equipe de saúde quanto para o acompanhante dos pacientes.
Recomendação para o uso correto de antibióticos
O intuito é evitar que os pacientes sejam tratados com antibióticos sem uma real necessidade ou por antimicrobianos de amplo espectro e, dessa forma, impedir o desenvolvimento de bactérias multirresistentes.
Realização da vigilância em casos de infecção
A finalidade dessa ação é compreender as causas e desenvolver formas de prevenção. É preciso salientar que, para reduzir a taxa de infecção hospitalar, os cuidados básicos devem ser empregados a todos os pacientes, independentemente do seu diagnóstico e tratamento aplicado.
Além disso, é necessário incentivar a alta hospitalar sempre que possível, já que isso vai evitar que a pessoa fique muito tempo na unidade, levando em conta que as possibilidades de infeção aumentam com o decorrer do tempo.
Quais os principais desafios e como superá-los?
Entre os principais desafios do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), estão:
- ausência de vigilância epidemiológica adequada;
- uso excessivo de procedimentos invasivos;
- métodos de proteção anti-infecciosa ineficientes ou inexistentes;
- utilização irracional de antibióticos.
Como forma de superá-los é possível aplicar as seguintes medidas:
- monitorar e controlar os procedimentos invasivos;
- manter uma vigilância epidemiológica ativa e contínua, com foco na criação de práticas oportunas de prevenção e controle;
- usar métodos de proteção anti-infecciosa efetivos;
- racionalizar o uso de antibióticos e demais medicamentos que possam favorecer o surgimento de infecções hospitalares;
- criar ações de educação continuada.
Como avaliar a qualidade do programa?
Avaliar a eficiência das intervenções vai contribuir para a identificação das práticas bem-sucedidas do programa implementado, bem como os pontos que precisam ser alterados para o alcance de melhores resultados.
Sendo assim, a CCIH precisa avaliar e revisar periodicamente as metas das ações aplicadas, além de orientar os integrantes da equipe para que o trabalho seja executado com exatidão e de forma continuada, sempre em prol do alcance dos índices mais satisfatórios possíveis.
Também, é preciso verificar e estudar os ricos, bem como rever as prioridades dos pacientes, dos colaboradores, dos ambientes de tratamento, das ameaças externas e demais variáveis, tendo em vista que as metas e objetivos do PCIH devem estar totalmente alinhados com as estratégias da organização.
Como pode perceber, as atividades desenvolvidas pelo Programa de Controle de Infecção Hospitalar são direcionadas com o intuito de promover a segurança do paciente por intermédio de ações com foco na redução de um índice tão preocupante, que é de desenvolvimento da infeção nas pessoas que estão passando por tratamento no hospital. Para isso, é fundamental se adequar às exigências legais para biossegurança, já que o controle efetivo está relacionado a esse conceito.
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