Cuidar para que os procedimentos de desinfecção de ambientes hospitalares sejam realizados conforme as normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é fundamental para que profissionais da saúde e pacientes possam desfrutar de um ambiente seguro.
Isso acontece porque os procedimentos de desinfecção diminuem as chances de contaminação por graves doenças e infecções, já que os vírus e as bactérias estão presentes no ambiente e podem desenvolver-se de forma rápida. Nesse cenário, contar com uma boa estrutura de limpeza é primordial na hora de evitar a contaminação dos locais de trabalho.
Para ajudar você a entender quais são os principais cuidados com a desinfecção de ambientes hospitalares, convidamos Fernanda Carmone — graduada em Enfermagem — que vai apresentar as novidades sobre o assunto. Acompanhe!
O que é e qual a importância da desinfecção de ambientes hospitalares?
A desinfecção de ambientes hospitalares é o procedimento que elimina ou reduz de forma significativa os germes, vírus e bactérias próprios do ambiente de saúde. Desse modo, fica mais fácil garantir um local saudável para pacientes e profissionais, reduzindo as chances de infecção.
Para isso, é feita a limpeza e a higienização antes e após cada procedimento hospitalar. Dessa forma, ainda é preciso considerar que todo aparelho e utensílio traz as suas características e necessidades específicas, que devem ser respeitadas.
Logo, é preciso estar atento às normas de higienização e desinfecção hospitalar, garantindo um ambiente livre de sujidade e poeira, que podem atrapalhar a efetividade das ações de desinfecção hospitalar.
É importante reforçar que a responsabilidade pela manutenção de um ambiente limpo e livre de ameaças que possam causar infecções e outros danos à saúde de pacientes e profissionais é do hospital.
Quais são os tipos de desinfecção hospitalar?
Compreender quais são os principais tipos de desinfecção hospitalar é essencial a fim de manter a segurança dos profissionais. Nesse sentido, Fernanda destaca que eles são classificados em alto nível, nível intermediário e baixo nível. Explicamos cada um deles a seguir. Continue lendo e saiba mais!
Nível alto
“A desinfecção de alto nível é usada para destruir a maioria dos microrganismos em artigos semicríticos, como instrumentos médicos que entram em contato com mucosas ou pele não íntegra e que são sensíveis ao calor”, explica Fernanda.
Nesse sentido, as soluções de desinfecção utilizadas agem contra fungos, bactérias e outros microrganismos, sendo esses compostos desenvolvidos à base de cloro, ácido peracético e outros.
Nível intermediário
“A desinfecção de nível intermediário elimina microrganismos patogênicos vegetativos e alguns vírus e fungos, sendo adequada para superfícies e equipamentos não críticos com alta carga microbiana, como os móveis”, detalha Fernanda.
Ela ainda complementa, explicando que produtos como hipoclorito de sódio e álcool 70% são comumente usados nesse nível.
Nível baixo
Esse tipo de desinfecção é ideal para combater o vírus da Hepatite B, bacilo da tuberculose e outros microrganismos mais lentos. Fernanda ainda explica que esse nível consegue eliminar a maioria das bactérias vegetativas.
“Ela é indicada para superfícies que entram em contato apenas com pele íntegra, utilizando produtos como quaternário de amônia e hipoclorito diluído”, esclarece nossa especialista. Vale lembrar, ainda, que cada tipo de desinfecção é escolhido com base na natureza do material e no nível de risco de infecção associado ao seu uso.
Qual é a diferença entre limpeza e desinfecção?
A resposta para essa pergunta é não. Fernanda explica que “a diferença entre limpeza e desinfecção de ambientes hospitalares está no objetivo e na eficácia de cada processo”. Nossa especialista afirma que a primeira é a etapa inicial que envolve a remoção física de sujeira, poeira, resíduos orgânicos e alguns microrganismos das superfícies.
“Utiliza-se água, detergentes e ação mecânica para eliminar matéria orgânica visível, preparando a superfície para a desinfecção”, ressalta Fernanda.
“A desinfecção, por outro lado, é o processo que destrói os microrganismos patogênicos em superfícies previamente limpas, utilizando agentes químicos ou métodos físicos”, complementa Fernanda.
Nesse sentido, a desinfecção é capaz de inativar ou exterminar grande parte dos microorganismos, com exceção de esporos bacterianos que apresentam maior nível de resistência.
Esterilização e desinfecção são a mesma coisa?
Assim como na questão anterior, essa também leva uma resposta negativa. A desinfecção tem potencial para eliminar cerca de 98% dos microrganismos que são prejudiciais à saúde, enquanto a esterilização é mais eficiente, acabando com 100%.
No entanto, não quer dizer que uma seja melhor que a outra. É aconselhável entender o objetivo para o qual será realizado cada um dos processos para estabelecer quando efetuar um ou outro.
Vale ressaltar que a esterilização consegue destruir vírus e esporos de organismos presentes em superfícies e líquidos, o que representa uma ótima alternativa para locais mais críticos e que demandam extrema descontaminação.
Como é feito o processo de desinfecção de ambientes hospitalares?
O processo de desinfecção hospitalar segue as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que normatiza que a limpeza e a desinfecção desses lugares devem seguir um protocolo sobre a frequência de higienização.
Além disso, Fernanda explica que “o processo de desinfecção de ambientes hospitalares começa com a avaliação das áreas e a identificação das superfícies de alto contato”. A partir disso, é possível identificar o grau de sujidade, considerando os riscos de:
- transmissões;
- uso de EPIs;
- método adequado para a limpeza de superfícies;
- questões específicas para cada ambiente.
A pandemia da Covid-19 despertou os profissionais da saúde e toda a sociedade sobre a importância dos protocolos de higienização, em especial, com relação àqueles relacionados ao uso de objetos compartilhados, maçanetas e outros utensílios.
Assim, seguir os protocolos de desinfecção de ambientes é fundamental ao objetivo de reduzir as chances de proliferação de doenças que podem colocar em risco a sua própria vida e a dos pacientes.
Como melhorar o processo de desinfecção hospitalar?
Melhorar o processo de desinfecção hospitalar deve ser uma preocupação constante dos gestores da área da saúde, tendo em vista a importância para a manutenção do bem-estar de todos os agentes envolvidos. Acompanhe, a seguir, algumas formas de melhorar o processo de desinfecção hospitalar.
Ter atenção à limpeza e desinfecção de ambientes e superfícies
Zelar para que os espaços estejam sempre limpos e organizados é o primeiro passo ao objetivo de manter um ambiente saudável.
No entanto, pelo fato de os agentes nocivos à saúde, como vírus e bactérias, serem invisíveis ao olho humano, é preciso higienizar todas as superfícies com sanitizantes, garantindo a significativa eliminação desses microrganismos. Nesse sentido, nossa especialista traz uma dica importante:
“Para maximizar a eficácia na prevenção de infecções, a limpeza e a desinfecção devem ser integradas de forma sequencial. Primeiro, realiza-se uma limpeza completa para remover matéria orgânica e sujeira. Após, aplica-se o desinfetante adequado, seguindo as recomendações de tempo de contato e concentração especificadas pelo fabricante”.
Com o intuito de complementar essa fase e ter ações mais efetivas, é importante estar atento à periodicidade da manutenção das operações de limpeza e desinfecção de ambientes e superfícies.
Seguir os protocolos de higienização
“Nesse processo, é indispensável a implementação do Procedimento Operacional Padrão (POP), que é um documento que detalha passo a passo as ações necessárias a fim de realizar a desinfecção de forma eficaz e consistente”, explica Fernanda.
Nesse sentido, o POP ajuda a normatizar as ações de higienização e desinfecção, que, nos hospitais, devem ser efetuadas de forma minuciosa. Para que ele tenha um efeito positivo e efetivo, é preciso treinar os funcionários, a fim de que eles sejam capazes de manter a execução dos hábitos de higiene. Nesse sentido, Fernanda destaca que:
“Treinamentos contínuos para os funcionários sobre as melhores práticas de desinfecção e o uso correto do POP são essenciais”.
Com isso, é possível garantir uma correta assepsia dos ambientes hospitalares, diminuindo os riscos de infecção e elevando o nível de segurança de quem está no local para exercer as atividades diárias.
Adotar os melhores padrões de qualidade
A fim de garantir a biossegurança do ambiente hospitalar, é preciso implementar e seguir os melhores padrões de qualidade referentes à desinfecção de ambientes hospitalares. A certificação segue requisitos preestabelecidos e é alcançada seguindo recomendações que constam nos manuais hospitalares.
Os objetivos principais referentes à higiene são:
- as normas, os manuais e as rotinas devem ser seguidos para a realização da higienização hospitalar;
- o hospital deve apresentar estrutura física conservada e materiais adequados para a limpeza;
- os profissionais de limpeza precisam estar capacitados para executar as atividades de higiene.
É essencial realizar análises constantes a fim de encontrar pontos de melhorias. Nesse sentido, Fernanda explica que “o POP deve ser revisado e atualizado regularmente para incorporar novas evidências científicas e avanços tecnológicos”.
Observar o descarte correto do lixo para higienização hospitalar
A fim de evitar a contaminação dos ambientes, é necessário estar atento ao correto descarte do lixo hospitalar. Para isso, é preciso esquivar-se da reutilização de materiais e descartar de forma correta. Esse cuidado serve para mitigar a contaminação por vírus e bactérias.
A Anvisa normatiza as regras sobre o descarte adequado desses materiais em hospitais e outros ambientes de saúde. Nesse cenário, o lixo hospitalar deve ser separado em cinco grupos:
- químicos;
- rejeitos radioativos;
- potencialmente infectantes;
- resíduos comuns;
- perfurocortantes.
Usar corretamente os EPIs
“Os protocolos recomendados incluem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para proteger os profissionais durante o processo”, ressalta nossa especialista. Esse tipo de item evita contato direto com vírus e bactérias, sendo aconselhável para a equipe de limpeza usar os EPIs a seguir, seguindo as boas práticas:
- luvas;
- calçados;
- aventais;
- máscara;
- óculos de proteção, entre outros.
No intuito de garantir o uso correto desses equipamentos, é preciso ministrar treinamentos e fiscalizar o uso deles.
O que esperar do futuro da desinfecção hospitalar?
Entender como as práticas de desinfecção hospitalar devem evoluir no longo prazo é fundamental para estar em dia com as principais tendências e recomendações feitas pela comunidade científica. Veja, a seguir, algumas das expectativas para o futuro dessa atividade.
Tecnologia UV-C
Essa tecnologia é uma das principais apostas para o futuro da desinfecção hospitalar, especialmente por conta de sua praticidade e eficiência. A UV-C conta com luz ultravioleta para destruir microrganismos como bactérias, esporos e vírus.
A expectativa é que sejam desenvolvidos robôs automatizados e equipados com essa tecnologia para otimizar o processo de desinfecção de ambientes hospitalares. Pesquisas ainda mostram que esse recurso se mostrou eficiente no controle de patógenos como as cepas do coronavírus.
Peróxido de hidrogênio
Outro recurso que promete ganhar espaço são as ferramentas que usam vapor de peróxido de hidrogênio (VHP), especialmente para o processo de desinfecção de áreas difíceis de alcançar e equipamentos médicos sensíveis.
Um estudo apresentado no Journal of Hospital Infection destacou o papel desse componente contra cepas resistentes de bactérias, indicando sua efetividade. Na versão em vapor, esse procedimento se torna ainda mais prático, especialmente para a desinfecção dos utensílios mais delicados.
Nanotecnologia
Embora a nanotecnologia pareça um termo de ficção científica, essa área do conhecimento está impactando diversas outras, e não poderia ser diferente com a medicina. Os revestimentos antimicrobianos baseados em nanopartículas já podem ser usados para a superfície hospitalar, garantindo uma camada adicional de proteção contra patógenos.
Tais características também colaboram para não haver contaminações do espaço, evitando, ainda, a necessidade de desinfecções superficiais constantes. Tais condições reduzem o trabalho da equipe e garantem a biossegurança e o bem-estar físico de todos.
Produtos químicos verdes
Com o aumento da conscientização sobre o impacto ambiental da atividade humana, muitas instituições já estão em busca de produtos que não sejam agressivos ao meio ambiente. Visto que compostos químicos pesados podem levar a contaminação do meio ambiente e da água, é esperado que haja investimentos nesse sentido.
Isso inclui a presença de produtos ecológicos seguros para o meio ambiente e para os pacientes, mas que ainda preservam sua eficácia contra o surgimento de patógenos no ambiente hospitalar. Podemos listar como exemplos desses componentes o ácido peracético, o peróxido de hidrogênio estabilizado e o ácido cítrico.
Como vimos ao longo desta leitura, na hora de realizar a desinfecção de ambientes de forma correta, é preciso seguir as normas da Anvisa, usar equipamentos de proteção ao realizar as desinfecções nesses locais e treinar a equipe, além de monitorar as atividades.
Com isso, é possível garantir um ambiente mais saudável para pacientes e profissionais de saúde, aumentando a qualidade de vida e o bem-estar de todos os agentes envolvidos.
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