Todo ambiente de trabalho oferece riscos aos colaboradores, seja um escritório, uma cozinha profissional ou mesmo um hospital. A diferença é que em cada lugar os riscos podem ser classificados como de menor ou maior potencial.
Em se tratando de profissionais que trabalham na saúde, esses devem seguir normas e procedimentos de acordo com a biossegurança hospitalar, que nada mais é do que um conjunto de regras que visam preservar a saúde humana.
Imagine a rotina de um enfermeiro, que diariamente precisa atender dezenas de pacientes com os mais variados problemas de saúde, desde uma gripe a infecções mais graves. Caso esse profissional não siga normas de biossegurança, usando os EPIs (equipamentos de proteção individual) corretos, estará exposto a riscos desnecessários que poderão comprometer sua saúde.
Então, para aqueles que têm dúvidas sobre o assunto biossegurança e quais são as principais práticas sobre o tema, abaixo listamos o que de mais importante é preciso saber. Confira!
O que é biossegurança hospitalar?
De maneira geral, podemos definir a biossegurança hospitalar como uma série de normas que devem ser aplicadas na rotina profissional de quem trabalha nesse espaço.
Médicos, enfermeiros, profissionais da limpeza, técnicos de laboratório e tantos outros trabalhadores do local precisam conhecer e seguir normas específicas que visam minimizar riscos que possam colocar a saúde deles e dos demais em risco.
A biossegurança determina quais EPIs são necessários em cada tipo de procedimento ou atividade no hospital, além das práticas de segurança do trabalho que devem ser cumpridas. Tudo isso para evitar que acidentes físicos, químicos ou biológicos aconteçam.
Por que o conceito é importante no momento?
Há muitos anos que a comunidade médica e científica vem alertando o mundo inteiro sobre uma possível pandemia que teria o poder de parar a vida das pessoas em todo o planeta. E, no final de 2019, foi justamente isso que começou a acontecer na China e se espalhou pelo mundo inteiro com a epidemia do coronavírus.
São em momentos críticos como agora que as normas de segurança fazem toda a diferença, pois são esses protocolos já usados no dia a dia que serão fundamentais para conter a proliferação de doenças causadas por vírus, por exemplo.
Usando o exemplo do coronavírus, de fácil transmissão por meio de gotículas que podem ser expelidas pelo portador do vírus ao falar, tossir ou espirrar, as normas de biossegurança que envolvem o uso de máscaras adequadas, higienização correta e constante das mãos e do nariz são algumas das ferramentas usadas para conter o avanço do problema.
Sem o cumprimento desses protocolos de segurança os profissionais da saúde se infectariam muito mais facilmente, causando um colapso ainda maior nos sistemas de saúde. Por isso, seja em momentos críticos ou não, a biossegurança é a responsável por preservar a vida dos profissionais e de toda a sociedade.
Como a biossegurança deve ser adotada?
Para que as práticas de biossegurança funcionem, gestores e colaboradores devem trabalhar em conjunto. De forma geral, os pilares que ajudam na disseminação de uma rotina de trabalho pautada nas boas práticas são:
- gestão eficiente;
- uso dos equipamentos de segurança.
- práticas corretas de limpeza e higienização.
Para que as regras de biossegurança possam ser adotadas, tudo deve começar pela área de gestão do hospital. São os líderes que devem avaliar os riscos e definir o que deverá ser feito e quais equipamentos de segurança devem ser fornecidos a cada profissional.
O próximo passo diz respeito ao uso dos equipamentos de segurança, o que significa que todo colaborador precisa receber informações e treinamento adequado antes mesmo de começar a trabalhar. E, claro, sempre que necessário, reciclagens e novas informações devem ser comunicadas claramente aos trabalhadores também.
Por último, é importante deixar claro o papel fundamental da limpeza correta e higienização de cada área do hospital. A equipe responsável por isso deve trabalhar de acordo com um planejamento controlado e monitorado diariamente. Devem ser respeitadas regras da vigilância sanitária e utilizados produtos e equipamentos adequados para a função.
Somente levando em consideração todos os cuidados acima é que uma política de biossegurança poderá ser implementada com sucesso em um hospital. Organização, planejamento, disponibilização dos EPIs corretos e treinamento adequado são essenciais também.
Quais as vantagens da prática correta?
O maior benefício de se colocar normas de biossegurança em prática, sem dúvidas, é a chance de se preservar a saúde e a vida das pessoas. Mas, a partir disso, muitos outros desdobramentos em benefício da sociedade como um todo também são conquistados:
- diminuição dos riscos de acidentes de trabalho nos hospitais;
- preservação da saúde dos profissionais e pacientes;
- menores riscos para o meio ambiente.
Sempre que um trabalhador precisa se ausentar por conta de acidentes de trabalho, é inegável que a empresa tem a perder com isso. Afinal, dependendo da situação e do período de ausência, é preciso contratar temporariamente e treinar outro colaborador.
Novamente, em uma situação de epidemia causada por vírus de fácil transmissão, como o coronavírus e mesmo a gripe, um profissional infectado, sem querer e sem saber, pode transmitir o problema para um paciente saudável quando os EPIs adequados não são usados.
O descarte correto de materiais, que podem conter agentes biológicos contaminados, também é uma prática regulamentada pela biossegurança. Ou seja, de fundamental importância para a preservação do meio ambiente.
Quais os riscos quando não existem práticas de biossegurança?
Biossegurança é um assunto sério e não é por acaso que no Brasil existe, inclusive, legislação específica sobre o tema. Os riscos hospitalares podem ser divididos nas seguintes categorias:
- riscos de acidentes – que podem ser causados pelo uso incorreto de máquinas, animais peçonhentos ou eletricidade, por exemplo;
- riscos ergonômicos – aqueles causados por esforço repetitivo e longas jornadas de trabalho;
- riscos biológicos – causados por micro-organismos e demais agentes biológicos como vírus;
- riscos químicos – acidentes causados por medicamentos, ácidos e demais substâncias químicas;
- riscos físicos – que podem ser causados por fontes de calor, frio e radiação, por exemplo.
Analisando a lista acima é possível ter uma ideia dos riscos diários a que um profissional que trabalha na área da saúde está exposto. Sem procedimentos pautados em regras e padrões, uma das premissas da biossegurança, é impossível trabalhar em um ambiente com tantos fatores que podem trazer problemas sérios para a saúde de qualquer pessoa.
Agora você já entende um pouco mais sobre o que é biossegurança hospitalar e a importância da aplicação na rotina hospitalar. É papel dos gestores garantir que todos os funcionários tenham acesso a treinamentos claros e eficientes que vão ajudá-los a proteger as próprias vidas.
E se você gostou deste post, aproveite para ler também o conteúdo que já fizemos sobre riscos de segurança hospitalar!