A rotina hospitalar envolve o cumprimento de várias regras, inclusive no que diz respeito ao transporte de medicamentos. Nesse caso, é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quem cria as regulamentações sobre como o transporte desse tipo de produto deve ser feito, quais os cuidados a serem seguidos e no que é preciso prestar atenção.
O papel do gestor na área hospitalar é conhecer essas normas e estar sempre atento às atualizações. Afinal, novos medicamentos são criados e procedimentos são estabelecidos regularmente, por isso é importante acompanhar de perto essas mudanças e não comprometer a realização de boas práticas no ambiente de trabalho.
Inclusive, esse é um assunto que envolve tanto o gestor que cuida dos medicamentos em um hospital quanto o departamento de logística. Para quem tem dúvidas sobre as recomendações da ANVISA sobre o transporte de medicamentos, abaixo listamos as principais informações. Confira!
Qualificação da equipe
De forma geral, a ANVISA define algumas recomendações básicas que todos os profissionais envolvidos no transporte, na distribuição e na armazenagem de medicamentos precisam saber. Entre os principais termos que são muito usados no dia a dia, podemos destacar os seguintes:
- BPA – Boas Práticas de Armazenagem;
- BPDA – Boas Práticas de Distribuição e Armazenagem;
- BPT – Boas Práticas de Transporte.
O primeiro termo pode ser entendido como o conjunto de procedimentos que visam garantir a qualidade dos medicamentos durante o seu período de armazenagem, assim como procedimentos para identificar remédios falsificados, ilegais, reprovados ou mesmo roubados, por exemplo.
Já o termo BPDA são os procedimentos para garantir a qualidade dos medicamentos não apenas durante a armazenagem, mas durante os processos de distribuição também.
A última nomenclatura se refere aos procedimentos de qualidade que devem ser usados durante o transporte dos medicamentos.
Nesse sentido, é essencial que todos esses colaboradores sejam treinados adequadamente, desde o início de suas atividades na empresa. Além do mais, as normas podem ser alteradas e é papel do gestor hospitalar garantir que os funcionários dos departamentos impactados recebam as atualizações necessárias sempre que preciso.
Normas de qualidade
Existem normas de qualidade que precisam ser seguidas por todos os colaboradores envolvidos nos processos de transporte, recebimento e armazenamento. O departamento de gestão de qualidade deve fazer um mapeamento que liste as práticas e os aspectos que podem impactar os medicamentos. Os colaboradores, por sua vez, devem estar aptos a cumprirem essas normas.
Em geral, os gestores da qualidade devem se preocupar, especialmente, com os seguintes fatores:
- gerir a implementação de um sistema de qualidade na empresa;
- criar uma rotina de treinamentos sempre que necessário;
- investigar reclamações e possíveis problemas relacionados a fraudes e adulterações;
- informar à ANVISA sempre que forem identificados casos de irregularidades.
A ANVISA é bem clara em seu manual de procedimentos sobre a necessidade de criação de uma gestão de qualidade, que deve ser de responsabilidade das lideranças, enquanto as regras definidas por essa gestão devem ser cumpridas pelos colaboradores.
Essa preocupação em mapear todos os processos visa garantir a comunicação imediata à agência nos casos de adulteração e falsificação, por exemplo, quando a empresa é obrigada a informar o problema ao órgão federal.
Cuidados durante o transporte
Assim como a armazenagem, um bom transporte é de fundamental importância para garantir a integridade dos medicamentos. Não é por acaso que a ANVISA também liste as boas práticas que devem ser feitas nessa etapa da operação.
A regra número 1 é que a transportadora contratada seja qualificada para trabalhar com cargas de medicamentos. Inclusive, é de responsabilidade dessa empresa respeitar especificações diferenciadas de temperatura, armazenagem e umidade que certos remédios precisam.
A ANVISA não proíbe a terceirização dessa etapa de transporte, no entanto, a aprovação ou não de uma empresa para essa função deve passar pelo controle de qualidade. A transportadora, por exemplo, precisa ter em seu quadro de funcionários um farmacêutico responsável por determinar as necessidades de cada produto.
Além do mais, é preciso obter uma licença especial que autoriza o transporte de medicamentos controlados, por exemplo. Regras como essas precisam ser seguidas e justamente por isso que não é qualquer transportadora que está apta a trabalhar com cargas de remédios.
A empresa precisa ser qualificada para trabalhar no ramo, tanto para seguir as normas como para treinar os colaboradores. Assim, se garante que os locais de armazenagem dos remédios sejam adequados ao longo de todo o processo de transporte e distribuição.
Regras de armazenagem
Quanto à armazenagem dos medicamentos, a ANVISA ressalta os seguintes pontos:
- é preciso ter áreas separadas para expedição e recebimento de medicamentos;
- o local precisa contar com um espaço específico somente para a armazenagem geral dos remédios;
- uma área separada para medicamentos devolvidos também precisa ser providenciada, bem como para medicamentos vencidos, falsificados, suspeitos ou que serão recolhidos;
- medicamentos que não podem ser utilizados por qualquer razão não podem ficar no mesmo espaço que os medicamentos apropriados para uso;
- é preciso ter uma política periódica para a criação de inventários;
- os medicamentos armazenados não podem estar em contato com o chão ou com as paredes;
- o espaço de armazenagem deve ser de acordo com o volume da carga.
Claro que existem outras definições mais específicas, mas essas são algumas das principais recomendações da ANVISA referentes à armazenagem. O gestor precisa garantir boas instalações, além de um controle rigoroso do que entra e sai do estoque.
Especificações de temperatura
A ANVISA define como termolábeis aqueles medicamentos que precisam ser mantidos em temperaturas específicas tanto durante o transporte como durante o armazenamento. A principal orientação nesse caso é garantir a mínima exposição possível desses remédios à temperatura ambiente.
O manuseio desses medicamentos deve ser feito seguindo à risca as especificações da empresa fabricante. Inclusive, durante os processos de logística, é preciso registrar o tempo em que o remédio ficou exposto à temperatura ambiente.
O transporte de medicamentos e também o seu armazenamento são procedimentos integrados que devem seguir as regras dos órgãos reguladores e fiscalizadores da saúde, como as práticas listadas acima. Observando esses cuidados, as chances de perder mercadorias e, consequentemente, ter prejuízos financeiros serão minimizadas.
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