A qualidade dos cuidados prestados pelos estabelecimentos de saúde de todo o Brasil e a busca de uma assistência segura aos pacientes têm se tornado uma preocupação nos últimos anos. Como forma de criar uma estratégia eficiente e alcançar esses objetivos, o Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que leva em conta alguns protocolos de qualidade ao cuidado para a conquista de melhores resultados.
Quer saber quais são os protocolos que regem esse programa e como ele funciona? Então, continue a sua leitura!
O que é o Programa Nacional de Segurança do Paciente e quando surgiu?
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria MS nº 529/13, com a finalidade de desenvolver no Brasil um programa capaz de colaborar para a qualificação do cuidado em saúde nas unidades responsáveis por executar esse tipo de serviço.
Existem várias ações para garantir uma assistência mais segura, com foco em seis metas de segurança dos pacientes.
Quais são os protocolos básicos de segurança estipulado pelo programa?
Os seus protocolos básicos de segurança definidos pela OMS são: identificação do paciente, higiene das mãos, segurança cirúrgica, segurança na prescrição, uso e administração dos medicamentos, prevenção de quedas dos pacientes e prevenção de úlceras por pressão. Conheça melhor sobre eles!
Identificação do paciente
Esse protocolo tem o intuito de assegurar que o cuidado seja prestado ao indivíduo para o qual se destina. Falhas de identificação podem acontecer em qualquer etapa do diagnóstico ou tratamento, desde a hora da admissão. Vale ressaltar que aspectos como alteração do nível de consciência do paciente e modificações de setor podem elevar a incidência desses problemas.
No entanto, práticas simples, como a inserção de pulseiras de identificação nos pacientes, podem reduzir esses eventos adversos.
Higiene das mãos
Esse cuidado tem o intuito de controlar as infecções relativas à assistência à saúde. Trata-se de uma medida relevante, já que as infecções são motivos de grandes danos à saúde, podendo gerar ameaça à vida.
A causa de transmissão cruzada se dá por meio das mãos. Sendo assim, uma estratégia efetiva é promover a higienização das mãos. Assim, essa meta de segurança ao paciente prioriza a higienização antes e depois de determinados cuidados:
- antes: do contato com o paciente e realização do procedimento;
- depois: da exposição a fluidos corporais, do contato com o paciente, do contato com áreas próximas ao paciente.
Conforme o protocolo, as mãos dos profissionais de saúde devem ser higienizadas com sabonete líquido e água corrente. De maneira alternativa, também é possível usar o álcool 70%. Além disso, essas soluções precisam estar ao alcance das mãos em todos os pontos de assistência, por meio de frascos fixados nos leitos dos pacientes, dispensadores na parede, nos carrinhos de curativo etc.
Cirurgia segura
Preza pela verificação como estratégia de redução de risco de problemas no decorrer do procedimento cirúrgico, com o objetivo de assegurar a realização da cirurgia no paciente certo e local correto. No decorrer do tempo, as técnicas cirúrgicas se tornaram mais complexas e, consequentemente, elevaram a possibilidade de provocar danos e, até mesmo, sequelas e mortes.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente tem como base a Lista de Verificação criada pela OMS, onde é necessário realizar o checklist cirúrgico em três etapas:
- antes da realização da anestesia, confirmando informações como nome do paciente e sítio cirúrgico;
- antes da incisão cirúrgica, para fazer a confirmação verbal do procedimento a ser realizado e a função de cada integrante da equipe;
- antes de o paciente ser retirado da sala de cirurgia, para fazer a contagem das compressas e instrumentais, revisão do plano de cuidado e recuperação pós-anestésica.
Tudo isso é realizado com o paciente ainda em sala e, assim, qualquer problema ser solucionado a tempo. É preciso ressaltar que os checklists cirúrgicos da OMS são modelos básicos, que devem ser adequados à necessidade de cada instituição de saúde.
Prescrição segura
Tem como finalidade a promoção da utilização segura de medicamentos nas unidades de saúde. As medicações conhecidas como perigosas ou de alta vigilância apresentam maiores riscos de danos quando falamos sobre erros. Sendo assim, criar uma etapa de conferência pode reduzir os maiores problemas, já que é possível identificar o erro antes de atingir o paciente.
Também, é necessário verificar todas as prescrições, independentemente da medicação prescrita, bem como os campos de denominação do medicamento, dosagem e via de administração.
Prevenção de quedas
A finalidade desse protocolo é minimizar a incidência de quedas de pacientes e os danos que elas provocam, como fraturas, sangramentos e traumatismo craniano. Para isso, é necessário empregar ações preventivas, por exemplo, avaliação de risco do paciente e a criação de um ambiente mais seguro, com boa iluminação, piso antiderrapante, entre outros.
Entre as principais causas dessas quedas estão alguns tipos de doença, como a osteoporose; e o uso de medicamentos, como os anti-hipertensivos, que podem provocar tontura.
Verificação de úlcera por pressão
É um protocolo que tem o intuito de evitar a ocorrência de úlcera por pressão e demais lesões na pele, que podem aumentar devido à restrição ao leito e idade avançada. As úlceras atrapalham o processo de recuperação e, frequentemente, provocam dor e infecções preocupantes, bem como o prolongamento da internação, sepse e, até mesmo, a morte.
Com isso, os pacientes mais vulneráveis precisam ser reavaliados todos os dias. Também existem várias escaldas de alto poder preditivo para o surgimento de alterações na pele, que são aplicáveis de forma simples, desde a admissão do indivíduo.
Dessa forma, a prevenção de lesões cutâneas poderá ser aplicada previamente. Entre as práticas inclusas estão: hidratação da pele, cuidados com a alimentação, utilização de superfícies de apoio para redistribuição do peso e mudança de decúbito.
Quais os impactos do programa?
Entre os principais impactos do programa podemos apontar:
- obrigatoriedade das instituições do país a criarem os Núcleos de Segurança do Paciente;
- promoção de ações para a implementação do gerenciamento de risco nos serviços de saúde, com foco na segurança do paciente;
- implementação e acompanhamento do uso dos Protocolos de Segurança do paciente;
- colaboração dos profissionais de saúde, paciente e acompanhantes para que tais medidas sejam cumpridas.
Conseguiu entender o que é e como funciona o Programa Nacional de Segurança do Paciente? A implementação dos protocolos de segurança estabelecidos não é uma tarefa tão simples. No entanto, por meio da mudança da cultura institucional e o desenvolvimento de ações efetivas para evitar a ocorrência de falhas e danos aos indivíduos, as metas e objetivos podem ser alcançados de forma eficaz.
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