Os profissionais que precisam trabalhar com EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) sabem que a obrigatoriedade não é por acaso. Diversos acidentes de trabalho podem ser evitados com o uso correto de determinados acessórios, como luvas, capacetes e calçados apropriados.
Inclusive, no que diz respeito à área hospitalar, os EPIs de saúde são essenciais para evitar não apenas riscos físicos, mas também químicos e biológicos, por exemplo. O fato é que muitas pessoas têm dúvidas acerca da possibilidade de reutilização segura desses equipamentos.
Nesse sentido, inicialmente, é preciso entender que, como o próprio nome já sugere, os acessórios são de uso pessoal. Ou seja, mesmo sendo possível a reutilização após a higienização, os EPIs somente poderão ser usados pela mesma pessoa.
Entretanto, vale destacar que essa regra — do uso recorrente de um mesmo equipamento — não se aplica a todos. Logo, é indispensável estar atento às recomendações.
Tem dúvidas sobre o assunto? Neste post, vamos explicar o que são os EPIs de saúde e como devem ser usados. Confira!
Quais são os principais EPIs de saúde?
Os Equipamentos de Proteção Individual são usados nas mais variadas áreas, como construção, produção alimentícia, indústria e, é claro, hospitalar — nesse último caso, estamos falando dos EPIs de saúde.
Então, abordando especificamente os acessórios que precisam ser usados por profissionais que trabalham em hospitais, ambulatórios e clínicas médicas, por exemplo, alguns dos principais e indispensáveis são:
- máscaras;
- óculos;
- toucas;
- luvas;
- aventais;
- calçados.
Inclusive, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, disseminando a COVID-19, o uso das máscaras de proteção se tornou mais frequente entre a população brasileira como um todo. Isso, por sua vez, ajuda a compreender a necessidade de utilização por parte dos profissionais que atuam na área da saúde.
Afinal, as máscaras servem, essencialmente, para a proteção contra doenças infecciosas, como é o caso da COVID-19, já mencionada. Ou seja, trata-se de um Equipamento de Proteção Individual que visa evitar a contaminação pelas vias respiratórias.
Já os óculos, lado a lado com as máscaras, completam o conjunto de proteção do rosto e cobrem uma importante área do corpo humano — os olhos. Nesse sentido, são equipamentos indispensáveis em casos que envolvem riscos de contaminação por conta de secreções ou mesmo por componentes químicos, conforme detalharemos mais adiante.
Ainda nesse contexto, as luvas estão entre os Equipamentos de Proteção Individual mais usados na área da saúde, não apenas pelo corpo clínico, mas também por profissionais que atuam na limpeza, na cozinha e até mesmo no atendimento, em algumas situações. Os aventais, por outro lado, comumente são vistos nas salas cirúrgicas, onde os cuidados em relação à proteção devem ser redobrados em razão de possíveis infecções.
Na mesma linha de pensamento, o uso de toucas tanto protege o profissional quanto evita a queda de cabelos ou outros acessórios que possam contaminar um paciente durante a realização de um procedimento. Inclusive, esse EPI de saúde também não pode ser deixado de lado em outros ambientes, como nas cozinhas dos hospitais.
Por fim — mas não menos relevantes —, há também os calçados fechados, que reforçam a lista de Equipamentos de Proteção Individual essenciais para aqueles que trabalham na área da saúde.
Afinal, por que é tão importante utilizá-los corretamente na área hospitalar?
Complementando o tópico anterior, em um primeiro momento, é necessário ter em mente que os agentes ambientais são os principais causadores de doenças ocupacionais. Diante disso, o combate a essas ameaças é imprescindível para proporcionar um espaço de trabalho mais seguro aos profissionais, o que, é claro, também se aplica ao meio hospitalar.
De forma geral, os principais riscos existentes ao longo do exercício das atividades na área da saúde envolvem os listados a seguir.
Riscos químicos
No caso dos profissionais de saúde, os riscos químicos englobam, por exemplo, poeiras, vapores, gases, ácidos, anestésicos, esterilizantes, formol, medicamentos e antissépticos. Portanto, para reduzir — e prevenir, quando viável — os seus impactos, é recomendável que as instituições de saúde ofereçam EPIs aos colaboradores.
Além disso, outras medidas interessantes a serem implementadas envolvem a disponibilização de treinamentos e as orientações acerca do uso dos EPIs de saúde.
Riscos físicos
Quem atua na área da saúde também está frequentemente exposto a riscos físicos, como radiações, ruídos, pressões anormais, vibrações, variações de temperatura extremas, iluminação inadequada, umidade, ambiente físico inapropriado e ausência de sinalizações devidas.
Riscos biológicos
Nas instituições de saúde, alguns exemplos de riscos biológicos abrangem micro-organismos, materiais infectocontagiosos, toxinas, parasitas e perfurocortantes. Em casos assim, a prevenção é idealmente assegurada pelo descarte adequado dos materiais e, é claro, pela utilização de Equipamentos de Proteção Individual, como óculos, máscaras e luvas.
Além disso, é válido destacar a importância de aplicar protocolos de segurança que disponham acerca das diretrizes corretas para a manipulação dos materiais.
Quais são os EPIs de saúde que devem ser usados apenas uma vez?
Diariamente, os profissionais da área da saúde trabalham seguindo normas de segurança que visam evitar variados tipos de acidentes. Com isso, em cada procedimento, eles devem observar quais são as recomendações e práticas de segurança a serem seguidas — que são normas definidas pelo Ministério da Saúde, pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e também pela própria direção hospitalar.
De maneira geral, as máscaras cirúrgicas não devem ser reutilizadas e, a cada procedimento, é preciso se certificar da necessidade de trocá-las ou não. Por exemplo: se o profissional teve contato com um paciente em área de isolamento por conta da contaminação de um vírus, a máscara deve ser corretamente descartada logo após o procedimento.
As luvas descartáveis, como o próprio nome diz, não podem ser reutilizadas e, após cada procedimento, precisam ser devidamente descartadas. Inclusive, especificamente quanto às luvas, para que a proteção seja eficiente, é importante seguir alguns cuidados, tanto antes de colocá-las quanto após retirá-las.
O avental também deve ser descartado após os procedimentos. Além disso, não se deve esquecer de higienizar as mãos após a sua remoção.
Por último, em meio aos equipamentos que compõem a lista de EPIs hospitalares mais comuns e que não devem ser reutilizados, está a touca. A propósito, nesse caso, é fundamental observar, de acordo com o trabalho desenvolvido, quando o item deverá ser trocado e qual é o lixo correto para fazer o seu descarte.
Quais são os EPIs de saúde que podem ser reutilizados?
Nem todos os equipamentos de segurança devem, necessariamente, ser substituídos após cada procedimento. Os óculos, que precisam ser usados quando há riscos de respingos de sangue, secreções ou outras substâncias, são de utilização individual, mas, após o uso, devem ser lavados e desinfectados.
O calçado de uso hospitalar também não precisa ser descartado diariamente após o expediente. Pelo contrário, esse EPI foi feito para ser durável, mas, é claro, sempre deve ser conservado limpo e em bom estado. Para a higienização, o ideal é seguir as recomendações do fabricante, de acordo com o seu material.
Alguns tipos de luvas hospitalares, como aquelas mais resistentes usadas no setor da limpeza, por exemplo, também podem ser reutilizadas. No entanto, é importante confirmar, antes do uso, para qual atividade o item é indicado e se o EPI é descartável ou não.
Como cuidar adequadamente dos EPIs de saúde?
Inicialmente, é fundamental ressaltar que o empregador é encarregado do fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual, que devem ser entregues aos profissionais em perfeitas condições de conservação e gratuitamente. No entanto, os trabalhadores também têm algumas responsabilidades, como:
- utilizá-los para a finalidade a que se destinam;
- informar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impróprio para o uso;
- assumir a responsabilidade pela guarda e pela conservação dos equipamentos;
- cumprir corretamente as instruções do empregador acerca da utilização adequada.
Na prática, o empregador fica suscetível a sanções — como multas — se não observar o cumprimento das normas atualmente vigentes, como o fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual e/ou dos itens adequados às funções desempenhadas pelos profissionais.
De igual modo, porém, os profissionais também podem ser punidos com advertências e, havendo reincidência, até mesmo com demissões por justa causa no caso de descumprimento das normas de segurança.
Quais são os demais riscos?
O uso dos EPIs de saúde na área hospitalar faz parte das normas de biossegurança, que são medidas que servem para prevenir e controlar os riscos causados por materiais biológicos. Na prática, como dito, o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual ajuda a diminuir os riscos de contaminações causadas por bactérias, fungos, vírus e demais micro-organismos presentes em um hospital.
Ou seja, quando um profissional não coloca a sua máscara de proteção em área de isolamento, quando as luvas descartáveis são usadas mais de uma vez ou mesmo quando os óculos de proteção são reutilizados sem passarem pela higienização e pela desinfecção, regras importantes sobre prevenção de acidentes e contaminações hospitalares são quebradas.
Quais regras seguir?
No Brasil, as diretrizes sobre procedimentos realizados nos hospitais são estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Mas, para facilitar o entendimento das regras e fazer com que os trabalhadores de cada setor saibam o que é pertinente às suas funções, o gestor hospitalar deve oferecer treinamentos e atualizações constantes para o quadro de pessoal.
Além do mais, como mencionado, é papel da instituição de saúde oferecer os EPIs a cada colaborador, certificando-se de que cada um sabe como usar e descartar corretamente os materiais.
Como vimos, dentro de um hospital, as regras são muitas. Entretanto, quando se fala de EPIS de saúde, não podemos nos esquecer de que a sua função básica é proteger a saúde — tanto dos profissionais quanto dos pacientes. Inclusive, por isso é tão fundamental, no momento da aquisição dos equipamentos, priorizar a qualidade acima de qualquer outro fator. Afinal, estamos falando da proteção e da segurança de todos.
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